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Alimentação no Câncer Colorretal

  • Barbara Rescalli
  • 13 de set. de 2018
  • 4 min de leitura





Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), o câncer colorretal, que atinge o intestino e reto é o terceiro que mais aparece na população, seguido de câncer de próstata nos homens e do câncer de mama nas mulheres.


Existem diversos fatores ambientais que influenciam o desenvolvimento do câncer colorretal. O consumo de carnes processadas, alta freqüência de carne vermelha, bebida alcoólica, excesso de gordura corporal (principalmente gordura abdominal) são os principais fatores relacionados ao desenvolvimento de tumores nessa região.


Em contra partida, praticar atividade física e consumir uma dieta rica em fibras (encontradas em grãos integrais, legumes, verduras e frutas) contribui com a prevenção desta doença.


Quando se fala em tratamento do câncer colorretal isso não muda muito. Estudos recentes tem mostrado que uma dieta baseada em plantas, que é rica em fibras, mas também contempla uma série de alimentos ricos em fitoquímicos com ação anticâncer (substâncias presentes nos vegetais) pode ser um tratamento coadjuvante muito importante no tratamento convencional.


Além disso, pode-se pensar que como é uma dieta rica em fibras, também auxilia no controle da glicose sanguínea, fator que também é preciso controlar no paciente com câncer em geral. Apesar de ainda serem poucos estudos publicados nesta área, parece que dietas cetogênicas que controlam muito o consumo de carboidratos, consequentemente de glicose no sangue, também podem ser eventualmente utilizadas, pois podem ajudar a reduzir a velocidade do desenvolvimento destes tumores.


Porém, provavelmente as fibras não são o único triunfo de uma dieta plant-based (baseada em plantas), visto que o câncer colorretal é raro na população africana. Por muito tempo acreditou-se que seria por terem uma dieta rica em fibras. Porém, nas últimas décadas ouve uma grande mudança no padrão alimentar dos africanos e atualmente a dieta por lá não é mais rica em fibras. Mas, isso não fez com que aumentasse o índice de câncer colorretal nessa população como acontece quando seguem um padrão de dieta ocidental. Uma das grandes explicações para isso reside no fato de que a dieta dos africanos, apesar de atualmente também ser baixa em fibras, ainda tem um baixo consumo de proteínas animais.

O maior consumo de proteínas animais tem sido associado ao aumento de IGF-1 um fator de crescimento que estimula o crescimento de diversos tipos de tumores. Apesar de necessitar de mais estudos nesta área, provavelmente por esta condição, que este tipo de relação de menor consumo de proteínas animais e câncer tem sido encontrada.


Dietas vegetarianas de alta qualidade nutricional tem tido resultados melhores, o que demonstra que evitar proteínas animais (principalmente carnes processadas e carnes vermelhas) pode ser uma das formas de ajudar a combater este tipo de câncer. Porém, é preciso ter muito cuidado neste ponto, visto que uma desnutrição protéica pode debilitar muito a imunidade do paciente, além de piorar a composição corporal reduzindo a quantidade de massa magra (músculos) e peso, sendo que estes fatores podem prejudicar drasticamente o tratamento.


Portanto, apenas restringir alimentos, sem adequação nutricional adequada, pode ser um risco. Então, fazer o acompanhamento nutricional com um nutricionista que tem conhecimento e atua nessa área é de fundamental importância.


O indivíduo com uma nutrição adequada pode esperar uma melhora de sua composição corporal, melhora da imunidade (dentro de um limite dependendo da quimioterapia vigente), além de reduzir efeitos colaterais do tratamento.


Dependendo da extensão do tumor e possivelmente da extensão das cirurgias, tudo isso pode ficar comprometido, talvez seja necessário até suplementos ou mesmo dieta enteral para garantir a nutrição do paciente, porém, neste caso, invariavelmente, há mais ainda a necessidade de um acompanhamento mais próximo e individual.


Não tendo maiores complicações e contra-indicações, uma dieta rica em cereais e grãos integrais, frutas, verduras, legumes, além do baixo consumo de carne vermelha e carnes processadas podem ser de grande benefício para o auxílio no tratamento do câncer colorretal. A atividade física, sempre que liberada pelo médico, também deve ser incorporada numa rotina diária.


Fica aqui um desafio para melhorar a alimentação, consumir mais fibras, praticar atividade física, evitar ao máximo carnes processadas, carne vermelha e bebida alcoólica. Não deixe de fazer também regularmente exames preventivos e de controle.


Obs.: Este artigo tem o objetivo meramente informativo e não substitui uma consulta com seu médico e outros profissionais de saúde.


Referências:

Levine ME, Suarez JA, Brandhorst S, et al. Low protein intake is associated with a major reduction in IGF-1, cancer, and overall mortality in the 65 and younger but not older population.Cell Metab. 2014 Mar 4;19(3):407-17.

O'Keefe SJ1, Kidd M, Espitalier-Noel G, et al. Rarity of colon cancer in Africans is associated with low animal product consumption, not fiber.Am J Gastroenterol. 1999 May;94(5):1373-80.

O'Keefe SJ1, Chung D, Mahmoud N, et al. Why do African Americans get more colon cancer than Native Africans? J Nutr. 2007 Jan;137(1 Suppl):175S-182S.

O'Keefe SJ, Li JV, Lahti L, et al. Fat, fibre and cancer risk in African Americans and rural Africans.Nat Commun. 2015 Apr 28;6:6342.

Han L, Zhang GF, Cheng YH, et al. Correlations of insulin-like growth factor I and insulin-like growth factor I receptor with the clinicopathological features and prognosis of patients with colon cancer.Jpn J Clin Oncol. 2016 Dec;46(12):1127-1134. Epub 2016 Oct 13.

Giovannucci E, Pollak M, Liu Y, et al. Nutritional predictors of insulin-like growth factor I and their relationships to cancer in men.Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 2003 Feb;12(2):84-9.


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